Pedro Freitas

Pedro Duarte da Silva Freitas nasceu em Lisboa em 22 de Outubro de 1953, filho do escultor Silva Freitas. Frequentou os cursos de pintura e escultura da Escola Superior de Belas Artes expondo por diversas vezes no país e no estrangeiro.

Obras suas integram um infindável número de coleções particulares e pinacotecas em todo o mundo, sendo de salientar do seu percurso artístico, a peculiar técnica por si desenvolvida e aplicada quer em papel forte, quer em tela ou madeira. A sua maior influência vem do Impressionismo e concentra-se na força do construtivismo e no abstracionismo, revelando-nos uma mestria na pincelada enérgica e cerebral, de quem expurga medos e vivências mundanas. Fala-nos frequentemente de Francis Bacon (1909-1992), artista plástico, e antevemos uma obra de imagem de pesadelo e grotesco, mas rejeita as fantasias pedófilas e homoeróticas em definitivo. Uma arte de catarse e auto identitária, onde o escuro reside ampliando os ocres e os azuis lacerando os laranjas, em composições que reclamam o vermelho e os tons frios, como os verdes.

Sob a influência de Henry Moore (1898-1986), desenvolve uma obra tridimensional, essencialmente figurativa com incursões na abstração. Bebe um Modernismo com Moore e na sua formação artística inicial, não esquecendo a proximidade do seu pai.

Alheado da produção artística como meio, prefere a desconstrução do olhar de um público alheio em si, num percurso solitário de criação. Cria como destrói! A intensidade com que pega o pincel ou a espátula é a mesma com que derrama camadas de tinta que escondem a sua obra, pretendendo esconde-la, escondendo-se. Como o próprio afirmou: “Tenho de morrer… tenho tido muito trabalho com isso!”

Uma obra visceral e única que me apaixonou. Genuína e franca: sensitiva e cerebral. Um percurso artístico que se confunde com o próprio Pedro Freitas, o Intimo.

Full moon | 2015 | Pedro Freitas | Óleo s/ papel | 230X275