Nuno Fonseca

Fotografia de Autor Lauren Maganete

Sou um apaixonado pela figuração, pela riqueza cromática, pela forma, pela linha, pela estrutura, pela mancha. Para mim a temática é um mero pretexto mas sempre bem-vindo.

O meu trabalho reflete a minha razão estética e é a ela que respondo.

Proponho a minha obra como um palco interventivo de uma peça performativa onde os elementos vão chegando um a um ao suporte quadro, criando uma narrativa marcada pelo tempo, cada elemento marca um tempo, uma camada se interliga na estrutura inicial, ora fazendo parte dela ora extrapolando-a. Concilío várias atitudes pictóricas dentro do mesmo suporte fazendo-as dialogar como se o quadro fosse o ponto de encontro de várias personalidades.

Nuno Fonseca nasceu em Coimbra em 1976 onde vive e trabalha. Concluiu em 2000 a licenciatura em Pintura na ARCA. Em 2008 passa a dedicar-se exclusivamente à criação artística ao seu atelier. Em 2012 concluiu o Mestrado em Comunicação Estética na ARCA com o tema Na Arte a pintura e a planta viva.

Exp. Colec. (seleção): Call For Papers, Zet gallery, Braga, 2019. Valha-nos Santa Bárbara – patrona dos mineiros, Galerias Avenida, Coimbra, 2018. Coimbra 17-17, Sala da Cidade de Coimbra, Coimbra, 2017. In good hands,1ª Mostra Anual da Coleção Acervo, ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa, 2017. Arte de Bolso 2016, Galeria Sete, Coimbra, 2016. Coletiva 30 x 30, Galeria ACERVO, Lisboa, 2016. Prémio Carmen Miranda, Marco de Canaveses, 2016; Sons da Cidade, Museu Temporário de Memórias, Coimbra, 2016; De Coimbra, com Amor, Rui Alberto Galeria, Porto, 20016; GAIARTE / ONDA BIENAL, Espaço Solidariedade, Vila Nova de Gaia, 2016; Projeto Portugart, D Contemporary, Mayfair Londres, Inglaterra, 2016; Particula Espaço de Arte e Cultura, Coimbra, 2015; Intercessões Visuais I e II, Galeria da Av. da Índia, Belém, 2015; Arte pelo Mundo, Lendo As Estrelas, Palácio do Egipto, Oeiras,2014; Projeto grupo 2, Casa Municipal da Cultura de Cantanhede, 2013; Mostra de arte internacional, Tábua, 2010; XVII Encontro Anual de Artistas Plásticos, Belas, 2010; Prémio D. Fernando II, Sintra, 2010; Aveiro Jovem Criador 09, Aveiro, 2009; Galeria Algarve, Almancil, 2009; Promissores Consagrados, Galeria Jornal de Noticias, Porto, 2009; XIV Bienal de Vila Nova de Cerveira, 2007; Casa Museu Bissaya Barreto, Coimbra, 2006;

Pequeno Formato, G. 57, Leiria, 2001; Prémio D. Fernando II, Sintra, 2001; XI Bienal de Vila Nova de Cerveira, 2001; Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão, 2000; Andy Wharol, Museu da FBAUP, Porto, 2000; Casa Municipal de Cultura, Coimbra, 2000;

 Exp. Ind. (seleção): O Floricultor que sachava os pés, Galeria ACERVO, Lisboa, 2018. Moro no lado de fora da tua casa, Galeria Rui Alberto, Porto, 2018. Ser humano ou pior que isso, Museu Municipal de Coimbra – Edifício do Chiado, Coimbra, 2017. Figuras Ingratas, Casa Municipal da Cultura, Coimbra, 2010; Figuras, Centro de Artes e Espectáculos, Figueira da Foz, 2010; Estorias de Anacleto, Galeria Santa Clara, Coimbra, 2002; O último dia da vida de um anjo, Galeria Factum, Coimbra, 2001;

 Prémios: Menção Honrosa, III Bienal de Arte da Fundação Cupertino de Miranda, Vila Real, 1999; 1º Prémio, Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende, 2001; 2º Prémio, Prémio Jovem de Artes Plásticas do CAE, Figueira da Foz, 2009; Menção Honrosa no Aveiro Jovem Criador 2010; Prémio Revelação, VI Bienal de Pintura de Pequeno Formato – Prémio Joaquim Afonso Madeira, Alhos Vedros, 2013.

No dia em que fugi de mim.
No dia em que fugi de mim, 2018 | Nuno Fonseca | Acrílico, grafite e pastel seco s/ madeira | 2400X2400

No dia em que fugi de mim, esta obra desenvolve-se sobre quatro suportes de madeira em estrutura metálica de 100X120cm que se organizam em cruz.

Acrílico, grafite, pastel seco e a madeira do suporte são os materiais utilizados para desenvolver esta narrativa pictórica. A fragilidade e resiliência humana são a inspiração sendo a organização do suporte a primeira representação disso mesmo, um retângulo que se fragmenta em quatro partes pare se organizar numa nova estrutura em cruz ocupando um espaço físico superior à sua área em metros quadrados, renascendo assim aparentemente “Maior” e “Mais”. Sobre este “espaço” a personagem principal, figura masculina desenvolvida a grafite e pastel seco, apresenta-se despojada e desfazendo-se perante um cenário de luxúria decadente representado por um grande jarrão de flores, estas também em decadência, e um pedaço de pano de uma qualquer sanefa, estes elementos constroem-se a tinta acrílica numa atitude gestoalista e precisa repondo para um passado longínquo. Em primeiro plano, e quase ao centro, vemos representados a tinta acrílica dois papéis presos por fita-cola onde se vê desenhado em cada um uma metade de um coração, talvez a angústia de uma perda.

Muito mais haverá a dizer! Mas a minha condição de artista plástico facilita-me a expressão pela tinta e não pelas palavras, espero ansiosamente que apreciem esta minha peça.

Com os melhores cumprimentos

Nuno Fonseca